Às vezes apetece-me estar assim, deitada no meio da rua a olhar o céu azul, ou uma noite estrelada.
Quando era mais nova, e estavamos no verão, costumava deitar-me no chão da rua a observar as estrelas.
Fazia-o quando estava na minha mãe. A casa dela não era um apartamento, o que me permitia abrir a porta de casa e estar logo na rua. Feliz de mim que naquela pacata rua não passavam muitos carros (ainda hoje não é muito movimentada).
Deitava-me com a cabeça sob o lancil do passeio, qual almofada improvisada. A minha mãe sentada na caleira da porta. E eu a observar o céu. A contar as estrelas, a tentar imaginar constelações (esse foi um assunto que nunca dominei).
Relembro que em noites mais quentes era possível ver várias estrelas cadentes. Uma, duas, três... Umas que rasgavam o céu com tal rapidez que só por sorte as conseguia detectar. Outras que se deslocavam lentamente, como se fossem simplesmente a passear.
Às vezes tinha a companhia de um amigo e da minha cadela. Só o frio do alcatrão me levava muitas vezes a desistir e a ir para casa. Passava horas e horas deitada no chão... e era tão bom!
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