10 dezembro, 2008

O tempo

O tempo passa mesmo quando pedimos para parar um pouco... Nunca pára... Não acelera, nem abranda... O ritmo é sempre o mesmo. Embora quem veja de fora não tenha essa percepção.
Ainda ontem entrava na escola primária... Assustada e ao mesmo tempo curiosa... 4 anos passaram... A professora mudou... A escola mudou... O cheiro da madeira velha já não me acompanhava nas aulas. Era mais feliz sem esse cheiro. Não ligava a modas, roupas ou manias.
Via a novela à noite, sem entender metade da história. Ria-me com as coisas simples e ficava confusa quando os políticos discutiam na TV.
O diário guardava o dia-a-dia pacato de uma criança normal. Os amores e desamores batiam à porta, e eu sempre sozinha choramingava nas páginas as frustrações do início da adolescência.
A escola complica, as boas notas mantiveram-se... Chegou a época da rebeldia, roupas largas, cabelo despenteado... Nada de bonequinhos nem roupa cor-de-rosa... As marcas ganham algum peso... Tudo o que queria era um par de ténis Converse All Star, e pretos!
Os ténis lá apareceram no armário e com o tempo o significado de um par de ténis em detrimento de uns vulgares sapatos transcendia qualquer ideologia política que poderia abraçar.
Hoje a escola é passado. Saudades, apenas dos 3 anos de secundário e dos dias passados ao sol com aqueles "malucos" a quem chamava de amigos, e de quem não me esqueci. A todos eles, obrigada.

Na faculdade poucos são os que permanecem em boa memória. Um pensamento especial para quem partiu para outra vida, mais longe, mais serena...

Os ténis continuam no armário. Saem à rua demonstrando uma qualquer ideologia pessoal à qual permaneço fiel. Não quero ser igual a ninguém. Não há modas que me sirvam, não há tendências para mim. Absorvo o resto, o lixo urbano que outros ignoram. Reciclo e reciclo-me.

No armário a máquina fotográfica aguarda por mim...

1 comentário:

Anónimo disse...

Aqui a sally (desde o tempo do secundário) envia-te um abraço para matar saudades.